“Jesus ia passando por todas as cidades e
povoados, ensinando nas sinagogas, pregando as boas novas do Reino e curando
todas as enfermidades e doenças. Ao ver as multidões, teve compaixão delas,
porque estavam aflitas e desamparadas, como ovelhas sem pastor. Então disse aos seus discípulos: "A seara
é grande, mas os trabalhadores são poucos”.
Mateus 9:35-37 (NVI)
Mateus 9:35-37 (NVI)
A história
bíblica revela os passos de Jesus rumo aos improváveis. No relato bíblico são
notórias as tais inquietantes contradições
do Servo Sofredor que propõem um Evangelho acessível ao povo. O Mestre optou
pelos excluídos por saber que estes eram alvos da maravilhosa Graça. O Cristo
escolheu fazer das montanhas o seu púlpito predileto de onde exalava compaixão
para com as almas cansadas. O Filho propôs o escândalo da cruz sob a certeza de
que para os seus ouvintes não haveria outro Caminho para os braços Pai a não
ser pelo Calvário. O Carpinteiro escolheu entalhar nos corações dos
marginalizados a esperança outrora sufocada. O Rei dos reis se fez da plebe
para mostrar a todos que a maior grandeza do Reino é a convicção de que o
Grande não despreza os pequenos. O Bom Pastor preferiu ser reconhecido pelos
esquecidos. Ele abriu nas estradas empoeiradas um Caminho sobre modo excelente,
simples e acessível.
Há aqueles que escolhem Jesus
pensando que com o “amuleto-jesus” alcançarão a multidão e se autoafirmação sob
seus concorrentes ministeriais. Para
estes a multidão é massa de manobra para se atingir os desejos mais horrendos
do coração, e do pico do orgulho do ego populista esbravejam que tem em Cristo
o que não são como cristãos. Os tais se esquecem de que as multidões sabem aplaudir,
mas também sabem gritar “soltem Barrabás”; se esquecem de que as multidões
sabem admirar, mas também sabem abandonar “quando se está na cruz”; e, se
esquecem de que as multidões sabem ouvir, mas também tem “dificuldade de
escutar”. Ao contrario destes abutres da fé, que se acham melhores que as massas,
é perceptível que Cristo buscava o povo não pelo prestígio de se ter uma
multidão de seguidores, mas por saber
que são exatamente os contraditórios, confusos e levianos que mais necessitam
da Verdade. Jesus tornou o Evangelho acessível para confrontar as mentiras das
massas e principalmente as más intenções dos que desejam as massas. Ele
escolheu os piores para que sejam constrangidos e atormentados pelo amor.
O Jesus dos
Evangelhos é Aquele da prosa e viola. É Aquele que se senta na roda e
compartilha lições da vida para a vida eterna. É Aquele que não espera o
momento do sermão dominical para exalar Graça, pois reconhece na informalidade do
viver a essência do compartilhar. É Aquele que na simplicidade de um riscar no
chão promove libertação frente aos opressores que com pedras nas mãos se acham
melhores que os pecadores. É Aquele que num simples pedir de água junto ao poço
consegue trazer a tona a Água da Vida e saciar a sequidão interior. É Aquele
que olhando para natureza a sua volta percebe o cuidado do Pai pelos seus desde
o sustento dos passarinhos até as necessidades das multidões. É Aquele que olha
para os desconsertados após um inquestionável fracasso na pescaria e lhes propõem
a ir pescarem homens. É Aquele que mesmo após a ressureição quis fazer uma
última jantinha com os discípulos e prosear.
Este é o Cristo acessível, entendível e comunicável.
Jesus é
simples. O Evangelho é simples. Deus é simples. Por isto Ele age de forma
simples, porém como afirma Salomão: “Tudo o que aprendi se resume nisto: Deus
nos fez simples e direitos, mas nós complicamos tudo” - Eclesiastes 7:29 (NTLH).
A confusão começa quando se deseja dimensionar as ações do Cristo como se
fossemos donos de nós mesmos, ao invés de simplesmente se assentar na roda e se
entregar aos embalos dAquele que é o Autor da Vida. O conflito surge a partir
do instante em que se devaneia por ai, perdendo a certeza de que Ele formou
cada pessoa deste o ventre materno com um propósito mais elevado que só Ele
sabe, cabendo a nós apenas assentar perto dEle e aprender com Aquele que é
manso e humilde de coração. Então, voltemos a Jesus, simples, de prosa e viola...
que abandonemos o farisaísmo que nos promove e reconheçamos que somos a
multidão... não somos melhores, não temos mais, não somos bons, não somos
merecedores, ainda não entendemos muita coisa, não somos ninguém... ainda há
muito para se aprender, transformar e confrontar... que nos reclinemos a Ele...
Fortalecido pela cruz de Cristo,
Vinicius Seabra | vinicius@mtn.org.br
Vinicius Seabra | vinicius@mtn.org.br
Artigo escrito em: 05 de Novembro de 2012
A simplicidade do Evangelho é isso que faz as pessoas se achegarem a Cristo é isso que devemos buscar Nele.
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