“Caindo em si, ele disse:
'Quantos empregados de meu pai têm comida de sobra, e eu aqui, morrendo de
fome! Eu me porei a caminho e voltarei para meu pai...”
Lucas 15:17,18 (NVI)
O mundo é o lugar onde mais encontramos filhos sem
casa, sonhos distantes, tentativas inúteis de saciar o vazio existente no
coração. O maior deserto que se conhece está dentro de cada um daqueles que saíram
da Casa do Pai. No livro de Lucas capítulo 15, Jesus nos traz a parábola do
filho pródigo. A mesma realidade é visível até os dias de hoje.
Imagine a despedida. O filho vai se tornando cada vez
menor no campo de vista do pai, sumindo na estrada, sem ao menos olhar para
trás. Todavia, o pai fixou o olhar no filho e deve ter ficado muito tempo ali
aguardando a qualquer instante o retorno. Os dias se passam, o pai volta para a
estrada que o filho foi embora e fixa o olhar, forçando as vistas na tentativa
de conseguir enxergar o retorno daquele que se foi.
As noites são longas, não consegue dormir, pois fica
aguardando o filho chegar a qualquer momento batendo na porta. Quando consegue
cochilar, nos sonhos do pai, o filho é central. Nos momentos em que o pai fica
sozinho vêem-se as lágrimas rolando no rosto, em prantos, clamando,
desesperado, ansiando apenas dar um beijo na face do filho de se foi.
Quem sabe o pai deveria deixar a porta principal da
casa aberta, pois a qualquer momento o filho que se perdeu poderia entrar na
casa. Enquanto isto... o filho nem se lembra que tem casa! Entretanto, como o
mundo de pecado não passa de ilusão, um dia o filho perdeu tudo: dinheiro,
amigos, mulheres, roupas, alimento e etc. Agora estava sozinho, perdido e
vazio.
O pai continua lá... de braços abertos.
A partir deste instante o filho começa a se lembrar
dos dias na casa do pai. Tinha amor, alimento, carinho e amigos de verdade. Na
casa do pai as pessoas o valorizavam pelo que ele é, não pelo que ele tem. Confronto!
Isto é o que brotou na mente do filho, pois quando saiu de casa nem olhou para
trás, nunca mandou uma carta, nunca mandou um cartão postal, nem um telefonema.
O pai continua lá... de braços abertos.
O filho começa a se perguntar: será que o pai me
aceitará de volta? A mente começa a acusar: Errei muito! Magoei meu pai! Pequei
contra os céus! Desperdicei meu tempo! Envergonhei o nome da família! Não sou
merecedor de perdão! Contra-argumenta: Eu dou conta! Vou construir meu mundo
sem o pai! Não preciso voltar para casa!
O pai continua lá... de braços abertos.
O orgulho toma conta do filho. Ele não quer se
humilhar e sair correndo para os braços do pai. Procura um emprego, mas ninguém
dá. Depois de muita insistência consegue cuidar de porcos, pior ainda... tem
que comer com os porcos. Ao se ver nesta situação vexatória e deprimente, o
filho, tomado de grande ousadia decidi enfrentar o orgulho, o egocentrismo e
caminha de volta para a casa do pai.
O pai continua lá... de braços abertos.
No caminho de volta, o filho ensaia as
palavras que dirá ao se encontrar com o pai... Talvez em algum instante tenha
sentado na beira da estrada e pensado em voltar para os porcos. O filho sabe
que na casa do pai é o lugar dele. Precisa voltar! Faltando alguns quilômetros
começa a acelerar o passo, anda mais depressa, instantes depois começa a correr
para chegar mais depressa...
O pai continua lá... de braços abertos.
De repente... o pai avista o filho vindo. Esfrega os
olhos para ter certeza que não é uma miragem. Confirma! Um grito é arrancado da
garganta: Meu filho!!!!!!! O pai sai correndo ao encontro do filho. Ambos estão
em prantos, o chão começa a ser regado pelas lágrimas. No deserto do orgulho
começa a chover lágrimas de amor, arrependimento e perdão. O filho que estava
morto reviveu! Estava perdido e foi encontrado!
O Pai está muito mais interessado em nos
encontra do que nós a Ele.
O Pai anseia ardentemente em poder nos ver
voltando para a Casa dEle.
O Pai aguarda ansiosamente o dia de sair
correndo para abraçar e beijar o filho perdido.
Você está longe da Casa do Pai?
Então corra!
O Pai continua lá... de braços abertos.
Fortalecido pela
cruz de Cristo,
Vinicius Seabra | vs.seabra@gmail.com
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Artigo escrito em: 25 de Junho de 2004
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