“Mas quando você orar, vá para seu quarto, feche a porta e ore a seu Pai, que está no secreto. Então seu Pai, que vê no secreto, o recompensará.” Mateus 6:6 (NVI)
Vivemos tempos de exposição excessiva. Tudo precisa ser dito, mostrado, compartilhado. A fé, que antes era uma caminhada íntima entre o Criador e a criatura, hoje parece ter se tornado um espetáculo público, uma vitrine de religiosidade. Orações se tornam postagens, devoções viram hashtags, e a espiritualidade, antes silenciosa, é substituída por uma necessidade de validação coletiva.
Todavia, há uma fé que não grita. Ela não busca aplausos, nem precisa de plateia. É uma fé que não precisa ser estampada em camisas, transformada em bordões ou propagada aos quatro ventos. É a fé dos que caminham na presença de Deus sem holofotes. Aquela que resiste ao tempo, à provação e ao anonimato. É a fé silenciosa que se fortalece quando ninguém está olhando.
Jesus nos ensinou que o lugar mais poderoso de oração não é o púlpito, mas o quarto secreto. Não é na praça pública que a fé se prova, mas nos desertos da vida, onde só Deus pode ouvir os clamores do coração. A verdadeira fé não precisa ser anunciada, pois sua autenticidade se revela na vida transformada, e não na exibição de discursos religiosos.
Talvez seja tempo de voltarmos ao silêncio da fé genuína. De não buscarmos reconhecimento por nossa espiritualidade. De deixarmos que a luz de Cristo brilhe por meio de nossas ações e não de nossas palavras ensaiadas. A fé silenciosa não é omissão, mas profundidade. Não é fraqueza, mas maturidade. É a convicção inabalável de que Deus vê, mesmo quando ninguém mais vê.
Fortalecido pela cruz de Cristo,
Vinicius Seabra
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Texto escrito em: 06 de Março de 2025