“Nós, porém, pregamos Cristo
crucificado, o qual, de fato, é escândalo para os judeus e loucura para os
gentios, mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, Cristo é o
poder de Deus e a sabedoria de Deus”.
I Coríntios 1:23-24 (NVI)
A indústria cinematográfica tem
propagado de diversas formas e com diferentes visões a crucificação de Cristo.
Na igreja evangélica se tornou “tradição” encenar os últimos momentos da vida
de Jesus. Contudo, a discrepância existente entre o relato bíblico e as
inúmeras formas visíveis da crucificação tem causado uma confusão horrenda. A
cruz nem sempre tem alcançado o verdadeiro sentido motivacional que houve em
Cristo. Infelizmente o ser humano tende a não pensar (refletir), apenas engole
qualquer interpretação raquítica transmitida pelos meios de comunicação e/ou
encenações sobre a crucificação.
O Calvário foi palco de dor e
perdão, sofrimento e amor. Ao contrário do que muitos pensam Jesus não foi
obrigado, muito menos forçado a morrer pela humanidade. Em nenhum trecho da
Bíblia encontramos Cristo lamentando ou murmurando sobre o fato de ser
crucificado, pois Ele entendia que este era o propósito do Pai. Na cruz a
justiça e o amor de Deus são revelados simultaneamente. A crucificação não foi
um erro humano e/ou uma estratégia de Satanás. Jesus sabia que teria que
sofrer, ser moído, maltratado para que a humanidade encontrasse o único Caminho
e a única Verdade capaz de restaurar o estrago causado pelo pecado.
A igreja tem perdido tempo
discutindo sobre quem condenou e tornou possível a crucificação. O objetivo de
se achar um culpado é na verdade uma tentativa de aliviar a consciência daqueles
“irmãozinhos super espirituais”. Quem entregou Jesus à cruz não foi a traição
de Judas, nem a covardia de Pilatos, muito menos a inveja dos sacerdotes, mas
sim Deus, por amor a humanidade. A cruz não foi uma troca comercial com o
diabo. Ao contrário, o Deus vivo, justo e amoroso se humilhou, assumiu a forma
de Filho, se tornou carne, fez-se pecado e maldição por nós, a fim de remir e
regenerar a obra prima do Pai, chamada: humanidade.
A idéia de que o diabo ficou feliz
pela crucificação de Cristo não tem base bíblica. A consciência de que a vida
terrena é passageira, um prelúdio da vida eterna é algo completamente entendida
tanto por Jesus como por Satanás. Cristo não veio para reinar na terra (tempo
humano), mas por toda a eternidade. A tentativa de mistificar e apimentar a
crucificação de Cristo com neuroses emotivas é o reflexo de um cristianismo
sucatiado, banal e simplório. Os adeptos a esta linha de pensamento tentam
compensar a falta de conhecimento bíblico apelando para os sentimentos
instáveis dos ouvintes.
Fortalecido
pela cruz de Cristo,
Vinicius Seabra |
vinicius@mtn.org.br
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Artigo escrito em: 27 de Maio de
2006