segunda-feira, 22 de julho de 2013

O ministério dos avisos


Até o insensato passará por sábio, se ficar quieto, e, se contiver a língua, parecerá que tem discernimento.
Provérbios 17:28
Até o insensato passará por sábio, se ficar quieto, e, se contiver a língua, parecerá que tem discernimento.
Provérbios 17:28
Até o insensato passará por sábio, se ficar quieto, e, se contiver a língua, parecerá que tem discernimento.
Provérbios 17:28

"Até o insensato passará por sábio, se ficar quieto, e, se contiver a língua, parecerá que tem discernimento".
Provérbios 17:28 (NVI)

A forma litúrgica dos cultos evangélicos tem sido alvo de incontáveis criticas. Alguns defendem que o louvor está sendo prejudicado, pois tem pouco tempo. Outros argumentam que a pregação deveria ter mais tempo. Contudo, sorrateiramente, e de forma imperceptível, o momento de avisos no púlpito é o que tem ocupando grande parte do tempo. As deficiências no que tange a administração do tempo na forma litúrgica do culto são de causar espanto. Ao desenvolver uma pesquisa de campo informal (três meses visitando várias denominações nos cultos dominicais) obtive a média de duas horas e meia por culto dominical. O que mais assusta é saber que aproximadamente 30 minutos desde tempo de culto é gasto exclusivamente com avisos simplórios. Portanto, se vislumbra o surgimento do: “ministério dos avisos”.

A complexa desorganização eclesiástica faz surgir organizacionalmente o pastor dos avisos. Há igrejas que até tem músicas de prelúdio dos avisos. Em determinadas comunidades o responsável pelos avisos faz um verdadeiro malabarismo para segurar as pessoas nos bancos para ouvir o que elas não querem escutar. Até fazer “teatrinhos” e jograis não são estratégias novas para incrementar os avisos. O “ministério dos avisos” tem ganhado destaque a cada dia. A disputa pela primazia no culto está acirrada: 45 minutos para o louvor; 45 minutos para a palavra; e 45 minutos de avisos. Todavia, nem sempre é assim. Durante o período da pesquisa informal que originou esta escrita tive o privilégio único de presenciar um culto que obteve o fantástico resultado: 80 minutos de louvor; 40 minutos de palavra; e 50 minutos de avisos.

O “ministério dos avisos” ainda esconde outro problema mais grave e prejudicial à cristandade, o trafico de influência. Os que têm acesso fácil ao microfone logo divulgam suas atividades, porém quem não faz parte da “nata” sofre para conseguir uma pequena fatia do bolo dominical. O que estes não sabem é que deste bolo às pessoas não agüentam mais comer. Na disputa animalesca do “ministério dos avisos” o microfone é o troféu. Todos os lideres querem contribuir anunciando as muitas programações da igreja. A rivalidade se desnuda quando alguém tem mais tempos nos avisos que outro. Neste fatídico ministério todos querem falar, porém ninguém quer ouvir. Alguns líderes de departamentos só entram no templo na hora dos avisos para anunciar as atividades, logo em seguida saem sem o menor constrangimento.

Durante as extensas explanações dos avisos percebe-se clichês poderosos e promessas triunfais. A igreja, infelizmente, tem se tornado num livre comércio das bênçãos. A dura verdade é que muitas igrejas estão ocas, vazias e completamente afastadas de Deus. Há inúmeros cristãos vivendo na cegueira espiritual, apenas redesenhando na escuridão o que não se consegue viver na realidade. Portanto, caso não haja mudanças significativas quanto à forma litúrgica em breve teremos um culto especifico dedicado exclusivamente para o “ministério dos avisos”. 

Fortalecido pela cruz de Cristo, 
Vinicius Seabra | vinicius@mtn.org.br 
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Artigo escrito em: 17 de Outubro de 2004

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