“Portanto, meus amados irmãos, mantenham-se firmes, e que nada os
abale. Sejam sempre dedicados à obra do Senhor, pois vocês sabem que, no
Senhor, o trabalho de vocês não será inútil”.
I Coríntios 15:58 (NVI)
A efetiva capacidade de trabalhar é um dos critérios de
diferenciação entre adultos e crianças. Sendo assim, surge uma relação
existencial onde o ser humano trabalha para viver, ou se preferir, vive para
trabalhar. Entretanto, independente da forma como se percebe esta relação homem
e trabalho, é fato notório que no serviço semanal se resume quase que a
totalidade da existência humana, pois é ali que se vive quase, ou até mais, da metade
das horas do dia. Por conseguinte, é no ambiente de trabalho que se faz amigos,
que se desenvolvem competências e que geram expectativas de vida. Contudo, é
neste mesmo ambiente que surgem as decepções uns com os outros, que se acostuma
com a mediocridade e que se enterram belíssimos sonhos. Parece antagônico, e é
óbvio que o é, pois isto é ser humano – pessoas mutáveis por relacionamentos e
influenciáveis por sentimentos.
O complexo universo do trabalhar não é uma característica única do
ambiente secular. Contudo, há sempre alguém que, muito ingenuamente, postula
que no trabalho eclesiástico (i.e. igreja) tais extremos não existam, porém
estes se esquecem de que a igreja é constituída por gente. Portanto, em termos
de trabalho todos estão sujeitos às mesmas ações e reações humanas. Por esta
razão é que no trabalho (eclesiástico ou secular) há aqueles que dizem fazer
melhor acerca do que se está sendo feito, mas nunca o fazem; há aqueles que
nada cooperam, mas que sempre se acham indispensáveis; há aqueles que conseguem
facilmente apontar o erro dos outros, mas nunca tem coragem de se expor em
cargos de liderança. Enfim, sempre há aqueles que trabalham, aqueles que
assistem os outros trabalharem e aqueles que atrapalham.
O grande encargo sobre os ombros dos cristãos é conseguirem
trabalhar, quer seja no ambiente secular ou no eclesiástico, de forma que os
princípios da fé cristã sejam manifestados nas vivências uns com os outros.
Isto implica em conseguir continuar trabalhando em silêncio mesmo quando os que
atrapalham ficam a esbravejar superioridade, pois “se alguém quiser ser o
primeiro, será o último, e servo de todos" (Mc. 9:35); continuar
trabalhando mesmo quando os que deveriam ajudar resolvem cruzar os braços e se
contentam em assistir o esforço dos que estão na arena, pois “corramos com
perseverança a corrida que nos é proposta, tendo os olhos fitos em Jesus, autor
e consumador da nossa fé” (Hb. 12:1-2); continuar trabalhando mesmo quando os
que estão a volta não reconhecem a dedicação pelos serviços prestados, pois
“receberão do Senhor a recompensa da herança. É a Cristo, o Senhor, que vocês
estão servindo” (Cl. 3:24).
Enfim, continuar a trabalhar com o mesmo entusiasmo só é possível
quando o oficio a ser exercido tem como propósito máximo a exaltação de Deus. E
assim, entender que é Ele quem é o patrão,
é Ele quem é o dono da Seara, é Ele
que no final recompensará cada um conforme aquilo que fez e o que não fez. Portanto,
há uma máxima axiomática que se aplica a todo tipo de ofício: o trabalho feito
por homens para homens sempre será tormentoso, porém o trabalho feito por
homens para Deus, nunca será em vão.
Fortalecido pela cruz de Cristo,
Vinicius Seabra | vinicius@mtn.org.br
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Artigo escrito em: 13 de Setembro de 2010
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