“Ao ver as multidões, teve compaixão delas,
porque estavam aflitas e desamparadas, como ovelhas sem pastor”.
Mateus 9:36 (NVI)
Jesus se fez homem, assumindo a humilhação da forma humana, desnudando-se
da majestade, a fim de tornar-se o sacrífico único, perfeito e suficiente. Ele
personificou o amor entregando-se voluntariamente aos seus algozes sabendo que
a cruz não era o fim, mas apenas o grande palco do maior espetáculo que a
humanidade já conheceu – o espetáculo da Graça. Ele se entregou assumindo a
misericórdia como essência do Seu próprio caráter, sabendo desde a eternidade que
os pecadores precisam encontrar o caminho do perdão – o caminho do recomeço.
Ele popularizou a compaixão pelos excluídos sabendo que o céu não é o prêmio
dos perfeitos, mas sim o lugar daqueles que reconhecem a pecaminosidade durante
a existência – reconhecem o arrependimento. O grande Rei, que se tornou plebeu e
deu-se a conhecer para os mais vis do Reino, os homens, com o propósito de
resgatar o que havia se perdido.
Ao andar com pecadores o Carpinteiro desnudou a fragilidade da
existência humana. Descortinou quem somos. Tornou visível o quanto tememos a
ausência de fé, mesmo caminhando com Ele; O quanto nos assombra as incertezas
sobre o futuro, mesmo assumindo ser discípulo do Mestre; O quanto a dor da
exclusão é intensa, mesmo após o convite para descansar sob o pastoreio dEle.
Por isto, mostrou que para os “pedros” sempre haverá uma segunda chance, mesmo
que O tenha negado. Expos que para os “judas” sempre haverá um lugar entre os
discípulos, mesmo que no fim O traia. Tornou público que para os “tomés” sempre
haverá um tempo para descobrir o impossível, mesmo que precise toca-lO. O Deus
sem pecado se fez pecado por nós, apontando o caminho sobre modo excelente, e então,
vislumbramos a Graça que inunda nossas fraquezas.
O Reino está inaugurado. Os céus estão abertos para celebrar o ingresso
daqueles que outrora marchavam para o inferno. A cruz se tornou uma luz que
resplandece sobre as trevas. A crucificação selou para eternidade a vitória do
amor em justiça. O Gólgota presenciou a superioridade da misericórdia. No
madeiro ficou cravado o escrito de dívida da humanidade. Do monte da caveira
jorrou a vida eterna. No Calvário foi pavimentado o caminho para a eternidade
junto ao Pai. Enfim, está consumado. O caminho, a verdade e a vida estão
acessíveis. A dor agora é momentânea, o sofrimento um breve instante, as tristezas
pequenas têmporas e o choro apenas uma noite. De contra partida, a alegria é
eterna, a paz sobrepassa o entendido, a gratidão é impagável e o amor
interminável. O Reino é chegado e o Seu reinado nunca terá fim.
A contemplação do Crucificado é o ponto de partida da imitação de Jesus.
É a elevação da experiência do sofrimento a valor de obediência à vontade do
Pai. A imitação não é apenas da luta histórica de Jesus, mas e a celebração da
presença de Deus. A imitação não é apenas a confissão da encarnação histórica e
da morte pascal de Jesus. Esta confissão torna-se modelo e padrão a ser
imitado. A forma como Jesus viveu a paixão da morte é transformada da esfera do
anuncio para tornar-se um exemplo apropriado de vida. A motivação e a atitude
que cercaram a vida e a paixão devem fazer-se presentes, igualmente, em nossa
imitação dEle. O Autor da Vida nos instrui a buscar nossa motivação na Via
Dolorosa. O modelo do Carpinteiro baseia-se na obediência e a perseverança.
Aos céticos, que por não terem vivido junto ao Cordeiro, desacreditam,
escolhendo limitar suas existências as migalhas de histórias de sucesso
terreno. A estes, o Carpinteiro lampeja esperança ao afirmar que Ele voltará.
Não tardará, quando tudo estiver pronto, no tempo oportuno, Ele regressará.
Conduzirá os Seus para a eternidade, onde não haverá mais desesperança; onde as
dúvidas existenciais serão suprimidas pelo grande Eu Sou; onde a maldade não
germinará; e, onde descansaremos nossas almas peregrinas. O retorno do Rei está
próximo, isto não é medido pela vão ilusão de tempo gregoriano a que estamos submersos,
o retorno triunfante é certo pelo fato de Ele ter prometido. E um de Seus
atributos é ser fiel no que prometeu. Cada dia que passa não fragiliza esta
promessa, pelo contrario, é Ele nos concedendo mais um dia de oportunidades para
entalharmos a Graça nos corações de pecadores.
Fortalecido pela cruz de Cristo,
Vinicius Seabra | vs.seabra@gmail.com
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Artigo escrito em: 08 de Dezembro de 2013
Poxa The Vinas!
ResponderExcluirSempre encontro em seus textos refrigério. Em alguns como esse bálsamo!
Te amo Irmão, Amigo e Pastor!
Que Deus continue movendo, motivando e enchendo esse coração tão especial!
Fica na paz!