“então percebi tudo o que Deus
tem feito. Ninguém é capaz de entender o que se faz debaixo do sol. Por mais
que se esforce para descobrir o sentido das coisas, o homem não o encontrará. O
sábio pode até afirmar que entende, mas, na realidade não o consegue encontrar”.
Eclesiastes
8:17 (NVI)
Um novo ano começa
(2014), e apesar dos poucos dias vividos deste dito novo tempo, percebe-se que aquelas coisas velhas ainda estão
vivas, mesmo com toda euforia cantante de “Hoje é um novo dia, de um novo tempo
que começou. Nesses novos dias, as alegrias serão de todos, é só querer. Todos
os nossos sonhos serão verdade, o futuro já começou...” (música de Marcos
Valle, tema dos finais de ano da Rede Globo). Contrariando a magia dos cantantes jubilosos
triunfalistas a International Stress
Management Association (Isma) no Brasil publicou um pesquisa em janeiro de 2008
(comentários sobre pesquisa disponível no site da UOL) afirmando que “apenas
19% das pessoas cumprem suas resoluções de Ano Novo. Cerca de 30% desistem na
primeira semana e o resto, em um mês”. Então, nesta insólida realidade
contemporânea, como propõem o sociólogo Zygmunt Bauman, os tempos pós-modernos
sofrem um estado de deformação ao
ponto de transformar-se de sólido em líquido, criando assim um mundo instável e
de curto prazo. Sendo, portanto, inevitável que todos nós já tenhamos cometidos
pelos menos dois erros clássicos neste novel ano de 2014.
O mais cotado dos
erros que provavelmente tenhamos cometido neste início de ano é o fantasioso
planejamento. As igrejas nos finais e início de cada ano inventam o tal de “projetando 2014” como uma estratégia, supostamente,
para alinhar os planos humanos com o Divino. Entretanto, precisamos arrazoar
sobre algumas inquietudes. Por exemplo, nestes dias de “projetando 2014” as
pessoas afirmam que vão buscar orientação de Deus, porém o que se percebe é uma
romaria protestante para determinar no reino
espiritual o que se quer para o ano novo. É como se Deus fosse refém de
nossos desejos, e a prova disto é que insistimos pela oração que Deus atenda o
que projetamos, ou seja, é Ele quem deve se adequar aos nossos projetos. Esquecemo-nos
que Deus “não é domesticável”, como propõem C. S. Lewis referindo-se a Aslam em
“Crônicas de Nárnia”. Por esta razão, O Criador contraria nossos orgulhosos
planejamentos e leva-nos a outra direção. Ele não está preocupado com o que
projetamos, mas sim se estamos dispostos a obedece-lO, mesmo que isto nos custe
rasgar o fichamento do “projetando 2014”. Precisamos aprender a dar um passo de
cada vez, o Maestro não é muito de relevar o futuro.
Outro clássico
erro que invariavelmente já cometemos em 2014 é pecarmos. Diferente da
esperançosa expectativa de Réveillon que inclui mudanças gigantescas, abandonar
a pecaminosidade diária, santificação absoluta e tantas outras promessas que se
assemelham a um convite de “Alice no País das Maravilhas” ou algo tipo “Terra
do Nunca”, temos que ser sinceros, aquele pecado
de estimação amanheceu no dia 1° de janeiro juntamente conosco. Precisamos
reconhecer que nunca deixaremos de pecar, por mais espiritual que seja nossas
intenções. O pecado sempre vai estar à porta (referência à advertência de Deus
a Caim antes de assassinar Abel, Gn. 4:7). O pecado é um dispositivo
importantíssimo na nossa jornada cristã, pois sempre que pecamos nos
humilhamos, pedimos perdão, reconhecemos a necessidade do sacrífico vicário de
Cristo, admitimos nossa incapacidade de sermos santos por nós mesmos,
vislumbramos a Graça. Portanto, Deus não vai nos dar um ano sem pecados, mas
vai oportunizar, sempre que pecarmos, o caminho para encontramos a justiça/amor
que emana da Cruz.
Fortalecido pela cruz de Cristo,
Vinicius Seabra | vs.seabra@gmail.com
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Artigo escrito em: 07 de Janeiro de 2014
Aleluia,pastor Vinícius, eu me identifico demais com esses erros contumazes que invariavelmente praticamos. Sobre o erro de projetar coisas pra que Deus faça é mais uma expressão do nosso ego que vira e mexe tenta sobrepor a soberania de Deus, precisamos enquanto seguidores de Cristo, sempre nos auto-avaliar e lembrar que o trono de nossa vida é o trono da Cruz, onde a vontade de Deus prevalece sobre a nossa. E tem mais, uma verdade é a questão da expectativa, criamos expectativas que Deus nunca alimentou e depois ficamos frustrados com Deus, como se ele tivesse culpa de alguma coisa. Pra esse ano de 2018 eu decidi fazer totalmente diferente dos outros anos, levando em conta que nunca consegui alcançar todos os alvos pessoais nos anos anteriores, esse ano não fiz listinha, não estabeleci metas, porque expectativa gera frustração e a gente cansa de ficar desanimado.
ResponderExcluirSobre o pecado de estimação, a graça de Deus é o que nos salva sempre, a nossa esperança é sempre lembrar que está escrito que onde abundou o pecado superabundou a graça. E pela graça e somente por ela somos sustentados em nossa miserável tentativa de ser perfeitos sem Cristo, mas em Cristo somos revestidos de justiça, de graça e de amor.
Um abraço professor!!
Ola, Igor. Que bom que o texto foi relevante para sua jornada e teve alguma congruência com sua trajetória cristã. Inté! Nos vemos por ai, no Caminho.
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