segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Sem grandes espetáculos, apenas um Carpinteiro


“...livremo-nos de tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos envolve, e corramos com perseverança a corrida que nos é proposta, tendo os olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé. Ele, pela alegria que lhe fora proposta, suportou a cruz...”.
Hebreus 12:1-2 (NVI) 

A fé cristã se centraliza na pessoa de Cristo Jesus e, ao contrário do que se vende no camelô da fé igrejeira dos tupiniquins extravagantes, o Carpinteiro é simples e propõe um Caminho de simplicidade. Em um “mundo” onde o Carpinteiro é Senhor absoluto, torna-se medíocre aos Seus a busca por grandeza, fama, reconhecimento, espetáculos, show’s, megatemplos, superioridades apostólicas, autoritarismos míticos e coronelismos eclesiásticos. O convite do Nazareno não é para que os Seus sejam os melhores em detrimento dos demais, pois para Ele os pequeninos são tão importantes quanto o mais aclamado discípulo (cf. Mt. 18: 1-11). A proposta do Evangelho é que os Seus sejam simples trabalhadores na Seara, servindo em amor na fraternidade dos trabalhadores (cf. Lc. 10:1-3). Neste “mundo” não existe lugar para espetaculares senhores feudais, apenas para humildes servos.

A vida e a obra de Jesus Cristo não podem ser limitadas às manifestações coletivas, isto é, não podem restringir-se apenas aos cultos da cristandade. Contrário aos discursos pulpitocêntricos, a proposta do Evangelho é que Cristo esteja presente em todos os momentos da vida humana, desde os momentos mais simplistas da existência até as mais complexas vivências. O Carpinteiro propõe uma fé que não seja um amuleto que vez ou outra se valha para resolver problemas gigantescos, mas seja uma vida de relacionamentos simples, sinceros e transformadores. Portanto, ser cristão é simplesmente viver com o Cristo, é torna-lO parte indivisível da jornada, é participar da vontade d’Ele, é buscar agrada-lO em primeiro lugar, é submeter incondicionalmente ao Senhorio d’Ele, é reconhecer Sua majestade, é despir-se de todo trapo de barganha religiosa pré-formatada e redescobrir um Deus que ama pelo simples fato de ser Ele próprio o Amor (cf. I Jo. 4:8).

No Cristianismo não há necessidade de se trajar de hipocrisias, pois Ele não precisa ouvir uma só palavra para entender os sentimentos mais profundos. No Evangelho de Jesus não há razão de demonstrar o que não se é, pois Ele conhece as intenções do coração. O convite do Cristo é para que haja uma sincera e simples vida em comunhão com Ele, e neste convívio, o ápice é quando a vontade do homem se encontra subjugada, rendida e satisfeita sob a soberania do Carpinteiro. E é neste momento, distante dos espetáculos, que emergirá uma fé puramente cristocêntrica capaz de exalar o perfume da Graça e reconhecer que Ele é o “autor e consumador da nossa fé” (cf. Hb. 12:2). Então, as almas cansadas acharão repouso, pois n’Ele subsiste toda a esperança; n’Ele a escuridão se dissipa pela clareza da Sua Palavra; n’Ele a vida encontra sentido durante a peregrinação nesta terra; n’Ele as dúvidas se dissolvem na paz de se estar no Caminho; e, n’Ele, o fardo das vivências é suavizado pela Graça exalada durante a Via Dolorosa. 

Fortalecido pela cruz de Cristo,
Vinicius Seabra | vinicius@mtn.org.br


Artigo escrito em: 09 de Dezembro de 2010

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