segunda-feira, 28 de outubro de 2013

De volta a Casa do Pai



“Caindo em si, ele disse: 'Quantos empregados de meu pai têm comida de sobra, e eu aqui, morrendo de fome! Eu me porei a caminho e voltarei para meu pai...” 
Lucas 15:17,18 (NVI)

O mundo é o lugar onde mais encontramos filhos sem casa, sonhos distantes, tentativas inúteis de saciar o vazio existente no coração. O maior deserto que se conhece está dentro de cada um daqueles que saíram da Casa do Pai. No livro de Lucas capítulo 15, Jesus nos traz a parábola do filho pródigo. A mesma realidade é visível até os dias de hoje.

Imagine a despedida. O filho vai se tornando cada vez menor no campo de vista do pai, sumindo na estrada, sem ao menos olhar para trás. Todavia, o pai fixou o olhar no filho e deve ter ficado muito tempo ali aguardando a qualquer instante o retorno. Os dias se passam, o pai volta para a estrada que o filho foi embora e fixa o olhar, forçando as vistas na tentativa de conseguir enxergar o retorno daquele que se foi.

As noites são longas, não consegue dormir, pois fica aguardando o filho chegar a qualquer momento batendo na porta. Quando consegue cochilar, nos sonhos do pai, o filho é central. Nos momentos em que o pai fica sozinho vêem-se as lágrimas rolando no rosto, em prantos, clamando, desesperado, ansiando apenas dar um beijo na face do filho de se foi.

Quem sabe o pai deveria deixar a porta principal da casa aberta, pois a qualquer momento o filho que se perdeu poderia entrar na casa. Enquanto isto... o filho nem se lembra que tem casa! Entretanto, como o mundo de pecado não passa de ilusão, um dia o filho perdeu tudo: dinheiro, amigos, mulheres, roupas, alimento e etc. Agora estava sozinho, perdido e vazio.

O pai continua lá... de braços abertos.

A partir deste instante o filho começa a se lembrar dos dias na casa do pai. Tinha amor, alimento, carinho e amigos de verdade. Na casa do pai as pessoas o valorizavam pelo que ele é, não pelo que ele tem. Confronto! Isto é o que brotou na mente do filho, pois quando saiu de casa nem olhou para trás, nunca mandou uma carta, nunca mandou um cartão postal, nem um telefonema.

O pai continua lá... de braços abertos.

O filho começa a se perguntar: será que o pai me aceitará de volta? A mente começa a acusar: Errei muito! Magoei meu pai! Pequei contra os céus! Desperdicei meu tempo! Envergonhei o nome da família! Não sou merecedor de perdão! Contra-argumenta: Eu dou conta! Vou construir meu mundo sem o pai! Não preciso voltar para casa!

O pai continua lá... de braços abertos.

O orgulho toma conta do filho. Ele não quer se humilhar e sair correndo para os braços do pai. Procura um emprego, mas ninguém dá. Depois de muita insistência consegue cuidar de porcos, pior ainda... tem que comer com os porcos. Ao se ver nesta situação vexatória e deprimente, o filho, tomado de grande ousadia decidi enfrentar o orgulho, o egocentrismo e caminha de volta para a casa do pai.

O pai continua lá... de braços abertos.

No caminho de volta, o filho ensaia as palavras que dirá ao se encontrar com o pai... Talvez em algum instante tenha sentado na beira da estrada e pensado em voltar para os porcos. O filho sabe que na casa do pai é o lugar dele. Precisa voltar! Faltando alguns quilômetros começa a acelerar o passo, anda mais depressa, instantes depois começa a correr para chegar mais depressa...

O pai continua lá... de braços abertos.

De repente... o pai avista o filho vindo. Esfrega os olhos para ter certeza que não é uma miragem. Confirma! Um grito é arrancado da garganta: Meu filho!!!!!!! O pai sai correndo ao encontro do filho. Ambos estão em prantos, o chão começa a ser regado pelas lágrimas. No deserto do orgulho começa a chover lágrimas de amor, arrependimento e perdão. O filho que estava morto reviveu! Estava perdido e foi encontrado!

O Pai está muito mais interessado em nos encontra do que nós a Ele.

O Pai anseia ardentemente em poder nos ver voltando para a Casa dEle.

O Pai aguarda ansiosamente o dia de sair correndo para abraçar e beijar o filho perdido.

Você está longe da Casa do Pai?

Então corra!

O Pai continua lá... de braços abertos. 

Fortalecido pela cruz de Cristo, 
Vinicius Seabra | vs.seabra@gmail.com
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Artigo escrito em: 25 de Junho de 2004

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