"Raramente essa pessoa reflete no fato de que a sua vida é curta, porque Deus o mantém ocupado com a alegria do coração"
Eclesiastes 5:20 (NVI)
A vida precisa ser vivida em constantes feedback’s para que não nos esqueçamos
de onde viemos para depois não lamentarmos onde estamos, e, nem tão pouco
culparmos outros pelo que nos tornamos. Para tanto, trago a memória momentos da
minha infância, quando ainda estava cursando as fases primarias da escola, tempos
de descobertas, e simultaneamente era a época de se pensar acerca do que se
esperava da vida e como iríamos passar pela vida. Não era muito difícil
encontrar um professor (“tio” e “tia”, como se dizia naquela época) que
constantemente nos passava uma folha em branco e pedia para a classe desenhar o
que queríamos ser quando crescêssemos.
E dali a imaginação ganhava espaço. E é daqui que parto para a reflexão que se
segue.
Tristemente, os espinhos da jornada da vida
têm feito muitas pessoas pararem no meio do caminho. Dali, simplesmente
sentados à beira do caminho pode-se contemplar sonhos abandonados, esperanças
esquecidas, dúvidas inquietadoras, olhares temeres para o horizonte e não
poucas vezes olhando para trás para ver se dá tempo de voltar correndo. Para
estes, Martin Luther King diria: "Talvez não tenhamos conseguido fazer o
melhor, mas lutamos para que o melhor fosse feito. Não somos o que deveríamos
ser, não somos o que iremos ser, mas graças a Deus, não somos o que
éramos".
Caoticamente, as frustrações que coexistem na estrada da vida tem produzido um
denso molde para que bons trabalhadores se tornem em meros espectadores de um
espetáculo que nunca mais na história da eternidade se repetirá. Desistem de
sonhos que nunca deveriam ser desacreditados e confiam em promessas que não
deveriam ser ouvidas. Para estes, Luther King diria: “É melhor tentar e falhar
que ocupar-se em ver a vida passar. É melhor tentar, ainda que em vão, que nada
fazer. Eu prefiro caminhar na chuva a, em dias tristes, me esconder em casa. Prefiro ser
feliz, embora louco, a viver em conformidade”.
Felizmente, a vida não é somente um cenário sombrio e desértico que, embora
real, não deixa de ser indubitavelmente temporal. Todavia, ao que parece, a
ponta do iceberg se apresenta na
doentia busca pelo poder, onde títulos valem mais que caráter, onde esperteza
anula a humildade, onde a grandeza de um homem é medida pela quantidade de
pessoas que o serve e onde o ser burguês cancela a práxis humanitária do servir
ao próximo. Para este grupo, King diria: “Todas as pessoas podem ser grandes
porque todas podem servir. Não é preciso ter um diploma universitário para
servir. Não é preciso fazer concordar o sujeito e o verbo para servir. Basta um
coração cheio de graça. Uma alma gerada pelo amor”.
Alegremente, e finalmente, podemos reafirmar que o fato de se viver
constitui-se num complexo e constante aprendizado. Cada manhã é uma possível lição
de esperança, o findar de cada aurora desnuda uma necessária avaliação de
caráter, e, cada luar descortina uma maturidade que floresce pouco a pouco.
Para tanto, Martin Luther King diria: “A hora é sempre certa para fazer o que é
certo”. E acrescenta que “a injustiça em qualquer lugar é uma ameaça à justiça
em todo lugar”. E por fim, quando tudo parece ser o fim, ainda pode-se ouvir um
último grito que quebra o silêncio: “I
have a dream" – Ainda tenho um sonho.
Fortalecido pela
cruz de Cristo,
Vinicius Seabra | vinicius@mtn.org.br
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Artigo escrito em: 05 de Janeiro de 2005
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