quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Um diálogo com Martin Luther King



"Raramente essa pessoa reflete no fato de que a sua vida é curta, porque Deus o mantém ocupado com a alegria do coração" 
Eclesiastes 5:20 (NVI)

A vida precisa ser vivida em constantes feedback’s para que não nos esqueçamos de onde viemos para depois não lamentarmos onde estamos, e, nem tão pouco culparmos outros pelo que nos tornamos. Para tanto, trago a memória momentos da minha infância, quando ainda estava cursando as fases primarias da escola, tempos de descobertas, e simultaneamente era a época de se pensar acerca do que se esperava da vida e como iríamos passar pela vida. Não era muito difícil encontrar um professor (“tio” e “tia”, como se dizia naquela época) que constantemente nos passava uma folha em branco e pedia para a classe desenhar o que queríamos ser quando crescêssemos. E dali a imaginação ganhava espaço. E é daqui que parto para a reflexão que se segue. 

Tristemente, os espinhos da jornada da vida têm feito muitas pessoas pararem no meio do caminho. Dali, simplesmente sentados à beira do caminho pode-se contemplar sonhos abandonados, esperanças esquecidas, dúvidas inquietadoras, olhares temeres para o horizonte e não poucas vezes olhando para trás para ver se dá tempo de voltar correndo. Para estes, Martin Luther King diria: "Talvez não tenhamos conseguido fazer o melhor, mas lutamos para que o melhor fosse feito. Não somos o que deveríamos ser, não somos o que iremos ser, mas graças a Deus, não somos o que éramos". 

Caoticamente, as frustrações que coexistem na estrada da vida tem produzido um denso molde para que bons trabalhadores se tornem em meros espectadores de um espetáculo que nunca mais na história da eternidade se repetirá. Desistem de sonhos que nunca deveriam ser desacreditados e confiam em promessas que não deveriam ser ouvidas. Para estes, Luther King diria: “É melhor tentar e falhar que ocupar-se em ver a vida passar. É melhor tentar, ainda que em vão, que nada fazer. Eu prefiro caminhar na chuva a, em dias tristes, me esconder em casa. Prefiro ser feliz, embora louco, a viver em conformidade”. 

Felizmente, a vida não é somente um cenário sombrio e desértico que, embora real, não deixa de ser indubitavelmente temporal. Todavia, ao que parece, a ponta do iceberg se apresenta na doentia busca pelo poder, onde títulos valem mais que caráter, onde esperteza anula a humildade, onde a grandeza de um homem é medida pela quantidade de pessoas que o serve e onde o ser burguês cancela a práxis humanitária do servir ao próximo. Para este grupo, King diria: “Todas as pessoas podem ser grandes porque todas podem servir. Não é preciso ter um diploma universitário para servir. Não é preciso fazer concordar o sujeito e o verbo para servir. Basta um coração cheio de graça. Uma alma gerada pelo amor”. 

Alegremente, e finalmente, podemos reafirmar que o fato de se viver constitui-se num complexo e constante aprendizado. Cada manhã é uma possível lição de esperança, o findar de cada aurora desnuda uma necessária avaliação de caráter, e, cada luar descortina uma maturidade que floresce pouco a pouco. Para tanto, Martin Luther King diria: “A hora é sempre certa para fazer o que é certo”. E acrescenta que “a injustiça em qualquer lugar é uma ameaça à justiça em todo lugar”. E por fim, quando tudo parece ser o fim, ainda pode-se ouvir um último grito que quebra o silêncio: “I have a dream" – Ainda tenho um sonho. 

Fortalecido pela cruz de Cristo, 
Vinicius Seabra | vinicius@mtn.org.br 
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Artigo escrito em: 05 de Janeiro de 2005

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