terça-feira, 17 de setembro de 2013

Geração Capitão Planeta



"Admiro-me de que vocês estejam abandonando tão rapidamente aquele que os chamou pela graça de Cristo, para seguirem outro evangelho".
Gálatas 1:6 (NVI)

O desenho “Capitão Planeta” é uma tentativa bem sucedida de estimular as crianças e adolescentes a se preocuparem não somente com o consumir, mas também com o preservar o meio ambiente. Com o enfoque educativo a série conseguiu se destacar frente aos demais desenhos. Segundo a mitologia que ronda a ficção, Gaia, o espírito da Terra, acorda de um sono de 100 anos e se depara com a destruição do planeta por uma humanidade que parece insensível. Temendo pelo futuro, ela entrega anéis mágicos a cinco jovens de várias partes do mundo - Wheeler (América do Norte), Linka (Europa Oriental), Gi (Asia), Kwame (África) e Ma-Ti (América do Sul) - e forma uma equipe que tentará evitar uma destruição ainda maior da Terra. 

Ao colocar os anéis em seus dedos, os jovens são transportados para a casa de Gaia, a Ilha da Esperança, um paraíso tropical de poluição zero e longe da civilização. Lá, Gaia ensina a seus pupilos os segredos da natureza. Desenvolvendo seus próprios poderes, cada um deles se identifica com os quatro elementos básicos: Terra, Fogo, Água e Vento e um elemento novo e muito especial, Coração. Através dos anéis mágicos, os Planeteiros aprendem a direcionar seus poderes para sua missão de salvar a Terra. Quando os Planeteiros unem seus poderes, raios de luz saem de seus anéis e se encontram para criar uma nuvem. Raios e trovões rasgam o céu e, diante dos olhares dos Planeteiros, um novo herói literalmente emerge da terra... Capitão Planeta! 

A ligação crítica que se pode fazer entre a igreja e o desenho é bem simples, porém ironicamente persuasiva. Pense por um momento nas frases de efeito, pregações e músicas que estão sendo difundidas no meio eclesiástico. Parece que temos vários “planeteiros” na linha de frente da igreja, pois constantemente invocam os cinco poderes – água, fogo, vento, coração e terra. As músicas evangélicas empolgam as platéias com “fogo”, “água” e “vento”. Praticamente todas as músicas atuais giram em torno destes elementos. Aliás, o período de louvor torna-se algo quase que irracional para qualquer ser humano, pois em uma música pede chuva, na outra pede fogo, logo mais clama pelo vento e daí por diante. Isto no mínimo é bem confuso. 

As pregações dominicais não ficam para traz com os apelos emocionais (elemento “coração”). Entra em cena uma neurose pervertida de misticismos e sentimentalismo. Os canhões de luzes ajudam a dar o clima necessário para seduzir os corações fracos e carentes. O pior é que se mede a validade dos cultos pelas lagrimas não pelos ensinamentos. No ambiente eclesiástico a utilização destes poderes (elementos) é uma tentativa bem intencionada de vencer na batalha chamada vida espiritual. Na Igreja não adianta ter super poderes (leia-se os 5 elementos) para conquistar batalhas se não possui identidade (conhecer a si mesmo e ser conhecido por Deus). Pior ainda é não ter consciência de onde provêem o tão cobiçado poder. Infelizmente, a igreja do século XXI deseja mais os “cinco elementos” (poderes) do que Aquele que tem todo poder. 

Fortalecido pela cruz de Cristo, 
Vinicius Seabra | vinicius@mtn.org.br 
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Artigo escrito em: 20 de Abril de 2007

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