"Admiro-me de que vocês estejam abandonando tão rapidamente aquele que os
chamou pela graça de Cristo, para seguirem outro evangelho".
Gálatas 1:6 (NVI)
O
desenho “Capitão Planeta” é uma tentativa bem sucedida de estimular as crianças
e adolescentes a se preocuparem não somente com o consumir, mas também com o
preservar o meio ambiente. Com o enfoque educativo a série conseguiu se
destacar frente aos demais desenhos. Segundo a mitologia que ronda a ficção,
Gaia, o espírito da Terra, acorda de um sono de 100 anos e se depara com a
destruição do planeta por uma humanidade que parece insensível. Temendo pelo
futuro, ela entrega anéis mágicos a cinco jovens de várias partes do mundo -
Wheeler (América do Norte), Linka (Europa Oriental), Gi (Asia), Kwame (África)
e Ma-Ti (América do Sul) - e forma uma equipe que tentará evitar uma destruição
ainda maior da Terra.
Ao
colocar os anéis em seus dedos, os jovens são transportados para a casa de
Gaia, a Ilha da Esperança, um paraíso tropical de poluição zero e longe da
civilização. Lá, Gaia ensina a seus pupilos os segredos da natureza.
Desenvolvendo seus próprios poderes, cada um deles se identifica com os quatro
elementos básicos: Terra, Fogo, Água e Vento e um elemento novo e muito
especial, Coração. Através dos anéis mágicos, os Planeteiros aprendem a
direcionar seus poderes para sua missão de salvar a Terra. Quando os Planeteiros
unem seus poderes, raios de luz saem de seus anéis e se encontram para criar
uma nuvem. Raios e trovões rasgam o céu e, diante dos olhares dos Planeteiros,
um novo herói literalmente emerge da terra... Capitão Planeta!
A
ligação crítica que se pode fazer entre a igreja e o desenho é bem simples,
porém ironicamente persuasiva. Pense por um momento nas frases de efeito,
pregações e músicas que estão sendo difundidas no meio eclesiástico. Parece que
temos vários “planeteiros” na linha de frente da igreja, pois constantemente
invocam os cinco poderes – água, fogo, vento, coração e terra. As músicas
evangélicas empolgam as platéias com “fogo”, “água” e “vento”. Praticamente
todas as músicas atuais giram em torno destes elementos. Aliás, o período de
louvor torna-se algo quase que irracional para qualquer ser humano, pois em uma
música pede chuva, na outra pede fogo, logo mais clama pelo vento e daí por
diante. Isto no mínimo é bem confuso.
As
pregações dominicais não ficam para traz com os apelos emocionais (elemento
“coração”). Entra em cena uma neurose pervertida de misticismos e
sentimentalismo. Os canhões de luzes ajudam a dar o clima necessário para
seduzir os corações fracos e carentes. O pior é que se mede a validade dos
cultos pelas lagrimas não pelos ensinamentos. No ambiente eclesiástico a
utilização destes poderes (elementos) é uma tentativa bem intencionada de
vencer na batalha chamada vida espiritual. Na Igreja não adianta ter super
poderes (leia-se os 5 elementos) para conquistar batalhas se não possui
identidade (conhecer a si mesmo e ser conhecido por Deus). Pior ainda é não ter
consciência de onde provêem o tão cobiçado poder. Infelizmente, a igreja do
século XXI deseja mais os “cinco elementos” (poderes) do que Aquele que tem
todo poder.
Fortalecido
pela cruz de Cristo,
Vinicius Seabra |
vinicius@mtn.org.br
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Artigo escrito em: 20 de Abril de
2007
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